05 fevereiro 2006

Choro

Em relação à figura "sob", da postagem anterior, lembro-me que vivi situação selmelhante à daquela criança. Foi um dos momentos mais marcantes negativamente, para mim, com relação à gagueira.
Eu estava com aproximadamente 16, 17 anos, na Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte. O professor pediu para que cada um lesse uma parte do texto, que vinha passando de pessoa por pessoa. Antes de chegar a minha vez, meus batimentos cardíacos estavam a mil por hora, minhas mãos suando, minha auto-estima e auto-confiança lá em baixo, por enquanto que a minha auto-imagem de mal falante lá em cima. Poderia muito bem ter me ausentado da sala, ter inventado uma dor de barriga para ir ao banheiro, mas nunca fui muito de correr dos desafios da fala. Quando fui solicitado a ler, iniciei a leitura. Até que "de repente" (talvez eu tenha previsto), eu enganchei numa palavra. Quanto mais força eu fazia, mais impossível ficava de fluir. Aos poucos os colegas foram começando a rir daquela minha situação. Até o professor riu do acontecido. Na hora o pensamento que me veio foi o seguinte: "como é que pode? Até o professor, que era para ser compreensível, educador, está rindo de mim!" Não suportei aquilo tudo e sai da sala chorando. Fui para trás do prédio e fiquei por lá, entristecido. O fato foi suficiente para parar a aula. Muitos colegas foram ao meu encontro e tentaram me animar. Depois disso tudo, decidi procurar uma fonoaudióloga.

Esta situação foi muito crítica para mim. O riso das pessoas estava me incomodando ao extremo.

Há poucos instantes, pesquisando na internet, "descobri" (muitos já sabem) que os gagos divertem os outros há muito tempo. Vejam só isso: "Na época do Império Romano, os gagos eram exibidos em jaulas e, por uma moeda, forçados a falar para diversão dos espectadores. Hoje, muito mais civilizados, rimos deles nas histórias em quadrinhos, no cinema, no rádio e na TV". Com essa observação, o médico norte-americano Charles Van Riper já identificava no início da década de 70, o que ainda hoje, em pleno século XXI, representa um grande obstáculo nos tratamentos da gagueira: o desrespeito com quem tem o problema.

Um comentário:

SAMUEL disse...

OI MEU NOME E SAMUEL, TAMBEM SOFRO COM ISSO DESDE OS MEUS 5 ANOS , AXO QUE NAO SOU GAGO PORQUE QUANDO ESTOU SOZINHO FALANDO COMIGO MESMO EU NAO GAGUEJO FALO SUPER BEM.+ QUANDO VOU FALAR COM ALGUEM GAGUEJO MUITO ATE PARECE Q NAO E EU Q TO FALANDO. AO TELEFONE ENTAO NEM SE FALA.. JA XOREI MUITO PENSEI DE ATE ME MATAR + DEUS SEMPRE FALA AO MEU OUVIDO, NAO TE DEIXAREI E NEM TE DESANPARAREI NAO TEMAS POS EU STOU CONTIGO... E ESSAS PALAVRAS Q OUÇO Q ME FORTIFIKA TODOS OS DIAS POIS CONFIO EM DEUS E SEI Q ELE VAI ME CURAR, DISSO TENHO SERTEZA.. LEIO TODOS OS DIA MINHA BIBLIA E ORO PARA Q DEUS TENHA MISERICORDIA D MIM,,, THAU THAU BJAO ENTREGA TEU CAMINHO AO SENHOR CONFIA NELE, E O + ELE FARA