27 março 2006

Grupo de Apoio de Natal - O Terceiro Encontro

O terceiro encontro foi bastante produtivo. Discutimos o texto "o que é gagueira", disponibilizado na postagem do dia 24 de março, e chegamos a diversas concordâncias com o que é abordado no texto. Aqui algumas das minhas considerações a respeito do texto e da discussão:

A nossa subjetividade foi sendo criada ao longo das nossas vidas. As interferências dos adultos, mesmo sendo feitas sem a intenção de causar-nos prejuízos, os risos das outras crianças e adultos acabaram por nos transformar, gerando em nós a idéia de que a nossa fala não era aceita pelos outros. Com isso, desejamos e criamos técnicas/truques para controlar a nossa fala, retirando-se dela toda a sua espontaneidade e automaticidade. O controle de controlar a fala direcionou-se para a forma como ela se processa. A palavra, o som, a letra foram alguns dos elementos que passaram a ser controlados. Desviando o funcionamento normal, gerando um novo modelo de falar. Modelo este problemático porque gera a atencipação de gagueira na fala que ainda não foi falada. Típico de quem foi vítima de uma idealização (por parte dos pais, professores, outras crianças) de bem falar. Esta idealização é bastante presente em frase do tipo "fale direito", "respire", "não precisa ficar nervoso", entre tantas outras, bem como através do riso. Estes fatores acabaram por gerar uma imagem estigmatizada de mau falante. Sempre que se vai falar algo esta imagem reaparece e se perpetua na tentativa de controlar a fala para falar bem. Então, para romper com este círculo vicioso que se forma, a idéia é conhecer bem o problema individual, localizar onde está perdendo a espontaneidade, cancelar o modo antigo de agir através do uso de um novo (que é o natural) e combater todos os pensamentos, crenças e paradigmas que temos. Vale salientar que não vale a pena lutar contra a gagueira. A luta deve ser travada com o que faz com que se gagueje.

Além dessa discussão, percebemos que a freqüência mensal está se tornando extensa por demais. Estamos pensando em tornar os nossos encontros mais freqüentes, talvez quinzenal.

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