Ao meu ver, em virtude das minhas experiências negativas com fonoaudiólogas, que trataram-me com exercícios fonoarticulatórios, creio que este método de tratamento não leva a pessoa a lugar algum. Em uma dessas minhas fonos, o negócio era tão puxado que eu saía do consultório com a boca toda dolorida, de tanto malabarismo bucal que fazia. Com técnicas de relaxamento os resultados eram momentâneos, mas com AAAA-EEEEE-IIIIII-OOOOOO-UUUUU nunca melhorei nada.
Esta questão é tão notória que até piada sobre isso existe. Vejam isso:
"Um gago, desesperado com seu problema, lamenta-se profundamente com um amigo, e este lhe indica um fonoaudiólogo da maior confiança. Meses depois, encontram-se de novo e o gago vai logo dizendo: - Toco preto, porco crespo. O rato roeu a roupa do rei de Roma. Caraguatatuba, Itaquaquecetuba, Pindamonhangaba. - Maravilha, é um milagre! - Exclamou o amigo. - Tá-t-t-tá ce-ce-ce-certo, ma-ma-mas onde é que-que eu v-vou us-usar uma imbe-imbe-imbecilidade dessas?"
Não considero uma imbecilidade. Respeito os profissionais que utilizam estes métodos. A questão é que, além de mim, diversos colegas, vez ou outra, testemunham sobre esta questão. Muitos afirmam que não fazem terapia fonoaudiológica porque terão que se submeter a estas técnicas. Eu, por exemplo, após passar por três outras fonoaudiólogas, e não melhorar em nada, estava completamente descrente com este tipo de profissional no trato da gagueira. O que é extremamente preocupante. Tanto para as pessoas que gaguejam, que perdem suas esperanças, quanto para os profissionais desta área, que ficam desacreditados e desprestigiados.
A terapia que deu certo comigo, não limitava-se a exercícios motores, relaxamento, leitura ou técnicas de respiração, aliás, não realizei nada disso com minha última fonoaudióloga, Priscilla Silveira. Apesar de toda a minha descrença com este tipo de profissional, contei com a ajuda da Fonoaudióloga Sandra Merlo, que identificou para mim, uma que era especializada no trato da gagueira. Nesta terapia a questão mais importante era o que estava por trás da disfemia.
Lembram-se do "Iceberg da Gagueira"? O que estava acima da linha da água, a parte visível da minha disfemia, era o de menor importância em meu tratamento. Os sentimentos, as emoções negativas que eu sentia, as crenças e mitos que eu possuía em relação a mim como falante, à minha fala e aos "outros", tudo isso foi muito bem trabalhado. A mudança dentro de mim, representou uma melhora significativa na minha fala.
Esse trabalho durou 13 meses. Não foi nada fácil. É necessário muita disposição, entrega e compromisso do indivíduo.
Disponibilizo, aqui, o espaço para que algum(a) profissional da Fonoaudiologia explique os métodos fonoarticulatórios e suas razões de serem utilizados no trato da disfemia.
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