21 julho 2006

Gagueira: Conselhos para Pais e Mestres

- Se o seu filho gagueja há algum tempo e você tem a impressão que ele sabe que gagueja, procure falar sobre o assunto com ele. Não falar sobre a gagueira, fingindo que ela não existe, contribui para aumentar o tabu em torno do assunto e pode distanciar pais e filhos. Assim como você, seu filho pode estar sofrendo. Mais do que isso: pode estar sem coragem de pedir sua ajuda.
- Por mais difícil que seja ouvir seu filho gaguejando, procure não fornecer dicas e truques, tais como: "Fale mais devagar", "Fique calmo", "Pensar antes de falar", "Respire fundo", "Pare e comece de novo", "Pare de gaguejar". A gagueira é involuntária. Portanto, a criança não tem controle total sobre sua fala. A criança não gagueja porque quer ou para chamar a atenção.
- Procure não apressar a criança para falar, porque, desta forma, seu filho começará a aprender o que se convencionou chamar de "pressão de tempo". A pressão de tempo é uma sensação subjetiva de que se deve iniciar, continuar e terminar a fala rapidamente. Quanto mais rapidamente seu filho achar que deve falar, mais irá gaguejar.
- Dê atenção quando seu filho demonstra que quer falar alguma coisa. Ouça o que ele tem a dizer e comente o que ele falou (e não como falou). Mostrando que ele consegue captar sua atenção, que você ouve o que ele fala e que você se interessa pelas suas opiniões, seu filho vai aprender a ser assertivo*. A não-assertividade é tida como um dos fatores que mais influenciam na gagueira. Por isso, é muito importante mostrar ao seu filho que ele consegue negociar o que quer através da fala.

- Procure não interromper e não finalizar as falas do seu filho, por mais difícil que seja ouvi-lo gaguejando. Interrompendo ou finalizando, você vai ensinar ao seu filho que sua forma de falar não é aceita dentro da família, o que vai contribuir para aumentar o sofrimento da criança. Além disso, seu filho vai aprender que deve falar sem gaguejar se quiser ser ouvido, o que vai fazer com que ele tente controlar a fala, mas, como a gagueira é involuntária, ele não vai obter êxito, o que contribuirá para o aumento do sofrimento.

Além das orientações acima, retiradas do saite da Clínica Linguagem Direta, é importante também destacar que:
- Nunca rotule a criança como gaga;
- Não ria e não a critique (em relação à fala);
- Olhe sempre para a criança quando conversar com ela;
- Aceite as falhas ou quebra de ritmo – elas fazem parte do processo de aquisição de linguagem; e

- Melhore a auto-estima da criança elogiando-a sempre que possível.
Fonte: Revelação on-line.

É claro que as orientações devem levar em consideração o indivíduo, podendo variar de criança para criança. Como afirma a fonoaudióloga Regina Nicolosi, "não existem regras rígidas na orientação do professor, depende muito da criança e de suas reações." E para finalizar, persistindo o mesmo modo de falar por alguns meses (creio que dois ou três), a ida a uma Fonoaudióloga é essencial para o sucesso no tratamento, que quanto mais cedo se iniciar, melhores serão os resultados obtidos.


*Comportamento assertivo: pode ser definido como aquele que envolve a expressão direta, pela pessoa, das suas necessidades ou preferências, emoções e opoiniões, sem que, ao fazê-lo, ela experiencie ansiedade indevida ou excessiva, e sem ser hostil para o interlocutor. É, por outras palavras, aquele que permite defender os próprios direitos sem violar os direitos dos outros.

Um comentário:

Anônimo disse...

Me chamo Sandra Regina(São Gonçalo-RJ)tenho um filho(09 anos) que tem gagueira e achei muito interessante essas dicas de como posso ajudá-lo,pois sofro junto com ele.Pena que seja tão difícil encontrar ajuda em repartições públicas.Assim como eu,tenho certeza de que outros pais não tem condições de levar o filho em um médico particular.Fico muito agradecida pela ajuda e estou procurando cada vez mais informações a repeito da gagueira p/ que assim eu possa ajudar meu filho e evitar problemas futuros.