13 outubro 2010

Dia Internacional de Atenção à Gagueira - 2010

Dia 22 de Outubro

Em 2010, Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela uniram-se na campanha do Dia Internacional 
de Atenção à Gagueira.

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Baixe a apresentação (PDF) em Português e/ou em Espanhol.

[Associação Iberoamericana de Gagueira (Nosotros los Tartamudos) disponibiliza apresentação para comunidade espanhola. Clique aqui.]


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O trabalho foi organizado pelo "Núcleo de Estudos e Pesquisas em Fluência da Fala - NEPFF" em conjunto com a "Associación Iberoamericana de la Tartamudez" (Venezuela), com a "Fundación para la Tartamudez" (Argentina), com a "Licenciatura en Fonoaudiologia - UDELAR - Universidade de la República" e com o "Centro Hospitalário Pereira Rossel" (Uruguai).

A campanha teve apoio do "Institudo CEFAC - Ação Social em Saúde e Educação" e da "Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP".

Este é mais um passo para um melhor entendimento sobre gagueira. A campanha deste ano diferencia-se das outras pois direciona-se às pessoas que gaguejam. Procura dar claridade a uma característica da gagueira que não está no eixo das aparências, que não pode ser vista ou ouvida, não é detectável nem mensurável em um exame, mas pode se esconder na subjetividade do falante que gagueja: a antecipação da fala gaguejada.


As reações sociais à gagueira, geralmente o riso, a chacota e as tentativas de correção, tem o potencial de gerar na pessoa que gagueja a sensação de rejeição, de fazer com que a pessoa sinta-se (um falante) diferente, por não ter falado/por não falar "corretamente", do modo idealizado pelo outro. Com o intuito de evitar as costumeiras reações, o sujeito, em determinadas situações discursivas, prevê/antecipa a manifestação da gagueira em algumas palavras ou sons, para evitar, esconder ou controlar a gagueira. A gagueira torna-se algo indesejado e sua previsão gera temor, soa como um alerta de perigo, de medo. Consequentemente, a musculatura envolvida nos órgãos fonoarticulatórios tensiona-se, dificultando ainda mais a fluência, aumentando a gagueira. Este funcionamento subjetivo/discursivo interfere na espontaneidade da fala. Em outras situações, quando o sujeito não observa este funcionamento, os relatos mostram que a fluência está presente.


Com as reflexões que podem ser feitas a partir da nossa proposta, do nosso tema, desejamos que o material possa ser útil no processo de aceitação da gagueira. Com isso, esta deixe de ser vista como algo indesejável, que qualifica negativamente e que possa ser compreendida também a partir do conhecimento da situação discursivo-subjetiva.
Por outro lado, o material também destina-se para toda a sociedade, que tem a possibilidade de perceber o quanto o riso, a chacota, a rejeição, os apelidos destinados às pessoas que gaguejam tem o potencial de prejudicar a espontaneidade da fala.

O conhecimento abre para a transformação para a mudança.



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