Gagueira sob uma perspectiva que articula linguagem, subjetividade e sociedade.
22 fevereiro 2006
Grupo de Apoio de Natal - A Reunião
A reunião do Grupo de Apoio de Natal foi muito boa. Compareceram seis pessoas, mais duas namoradas. Ainda bem que o grupo não se intimidou com a presença dessas duas pessoas ditas "fluentes". Como eu esqueci de avisar que, por enquanto, o grupo é fechado para quem é gago(a), dois amigos acabaram levando suas respectivas.
Algumas pessoas não puderam ir: a fonoaudióloga Priscilla Silveira teve que viajar de urgência; o amigo Thiago teve problemas em casa; e Deirivaldo estava de serviço (é Policial).
Infelizmente (ou felizmente, viva as diferenças!) nem todas as pessoas que compareceram se apresentaram, não falaram das suas vivências positivas e negativas com a gagueira, como estava programado. Ou porque o assunto acabou tomando um outro rumo, ou por ainda não estarem familiarizados(as) com o grupo e ficaram pouco tímidos(as).
Discutimos bastante sobre a questão do riso e da chacota sobre os gagos e a gagueira. Foi um bate-papo bem agradável e empolgante. Um membro do grupo não considera necessário haver uma conscientização da população para que a graça sobre a gagueira seja combatida. Para ele a solução está dentro de cada um. Assim como existem pessoas que vão tirar brincadeiras, existem também pessoas que apoiarão e que amarão o indivíduo que é gago. Sendo, justamente, nessas pessoas que nos amam que devemos nos apoiar para alcançarmos os nossos objetivos.
Tal ponto de vista é bem interessante para que um gago busque forças para seguir em frente, para não desistir dos sonhos. Porém, o principal problema, ao meu ver, é deixarmos a coisa rolar solta. Existem muitas pessoas, muitas crianças que sofrem em virtude do desconhecimento da sociedade. É importante haver uma conscientização da população a cerca do que realmente é a gagueira e quais são os seus possíveis transtornos. Se não tomarmos as rédeas, se não nos organizarmos, ninguém vai se tocar que gagueira não tem graça. Agora uma coisa é certa: a situação só vai mudar, quando nós mudarmos a nossa postura. Nada de nos considerarmos menores que os outros, nada de nos acharmos incapazes para um emprego. Devemos assumir a gagueira e assumir a responsabilidade de fazer algo para melhorar.
Espero que tenhamos saído do encontro melhores do que quando entramos.
Esta reunião ocorreu em meio ao verde da Mata Atlântica. Um ambiente muito legal. A próxima já está marcada. Será dia 25 de março. O local e a hora ainda estão indefinidos.
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Um comentário:
Parabenizo pela iniciativa de criar um grupo de discussão. Discordo do colega que diz não ser necessário conscientizar a população. Acho que uma população mais consciente do transtorno que é a gagueira na vida de uma pessoa tornaria menos pesado nosso fardo. Nosso mundo não gira somente em torno de nossos entes, temos que ter quer apoio e compreensão deles sim, mas com a população mais consciente ficaria "melhor" tb para nossos nos apoiarem.
Obrigado.
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