16 novembro 2007

DIAG em São Paulo - Minha Apresentação

Participar do Dia Internacional de Atenção à Gagueira, 22 de outubro,, em São Paulo foi uma honra para mim. Primeiramente por ter sido convidado, tão gentilmente, pela Presidente da ABRA Gagueira, Fga. Daniela Verônica, para dar uma palestra sobre "Grupos Virtuais para Pessoas com Gagueira". A palestra foi no Hospital das Clínicas da USP. A platéia foi composta basicamente por alunos do curso de Fonoaudiologia desta universidade, além de algumas professoras e fonoaudiólogas. Infelizmente, muita gente que estava inscrita para assistir não compareceu. A palestra que ministrei foi muito boa.

Primeiramente defini o que vem a ser um grupo na visão da sociologia (
sistema de relações sociais), da matemática (conjunto de operações binárias que satisfazem certos requisitos de Álgebra) e da química (coluna da Tabela Periódica ou então um conjunto funcional de átomos que provê uma molécula de certas propriedades químicas (por exemplo, grupo funcional hidroxila). Além disso, busquei em Rogers (2002) uma definição mais romântica. Este autor define grupos como sendo "um local onde indivíduos podem partilhar sentimentos e emoções". É justamente isso que percebemos nas discussões existentes nos grupos que debatem sobre gagueira via internet (Grupo Gagueira e Discutindo Gagueira).

Também falei um pouco sobre o porquê da existência de grupos. Ainda com Rogers, grupos existem por três razões:

  • Crescente desumanização da nossa cultura, onde a pessoa não conta – apenas o seu holerite ou número do Seguro Social.
  • Existe para que as pessoas possam se encontrar e se firmar.
  • Necessidades individuais não encontradas no trabalho, na família, na igreja...
Além dessas, percebe-se uma "necessidade de estima que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos" (Maslow).

Nesta oportunidade destaquei a Pirâmide das Necessidades de Maslow (abaixo), demonstrando que geralmente os indivíduos com gagueira chegam aos grupos necessitando de auto-estima, confiança, conquista, respeito dos outros e respeito aos outros.


Em seguida demonstrei a importância dos grupos na superação da gagueira. Baseando-me nos discursos de alguns membros dos grupos, anonimamente, que foram lidos pela platéia, realcei alguns pontos. São eles:
  • A chegada é quase sempre por razões negativas;
  • Troca de experiências, conselhos;
  • Conhecimento sobre o assunto, associações, profissionais;
  • Identificação entre os membros;
  • Quebra da Conspiração do silêncio;
  • Reconhecimento da gagueira e
  • Postura mais assertiva.
Foi basicamente isso. Eu tinha um tempo de 40 minutos, quase que extrapolei este limite.
Agradeço, mais uma vez pelo convite da ABRA Gagueira, à Daniela Verônica.

Além disso, dia 27/10, ocorreu o lançamento do livro "Gagueira: um distúrbio de fluência", no qual também tenho um capítulo. Fazem parte da sessão de depoimentos (a mais importante do livro!!! rs) Eleide Gonçalves, Dudu Costa, Roberto Tadeu, Paulo Amaro entre outros. Além dos depoimentos, consta ainda no livro grandes personalidades da fonoaudiologia e afins, como: Ana Flávia, Sandra Merlo, Ignês Maia, Eliana Nigro (grande coordenadora do livro), Silvia Friedman, entre outros grandes nomes da pesquisa sobre gagueira.

3 comentários:

Sanderson disse...

Parabéns pelo conteúdo da sua apresentação Wladimir!
Criei o 5o blog sobre gagueira.
O 1o é o seu.
O 2o é seu.
O 3o é seu.
O 4o é gagueira.blogspot.com.
Como coloco contador de acessos?
Abraço,
sanderson

Anônimo disse...

Puxa vida, Wladimir!!!
Você nem havia me contado que a sua palestra foi tâo rica assim!!!!
Muito legal a forma como você conduziu o tema.
Parabéns!!!!

Fernanda disse...

Que pirâmide maravilhosa!Conteúdo de primeira!Parabéns!!!Uma perguntinha:vc tb é gago?
Abraços