Segue o texto:
O evento alusivo ao Dia Internacional de Atenção à Gagueira em Manaus foi realizado no dia 19 de outubro, quarta-feira, na Universidade Nilton Lins, tendo a frente as fonoaudiólogas Elizabeth Williams e Cláudia de Lucca, ambas do corpo docente da referida
instituição.
Fui convidado pela Elizabeth (Beth) cerca de duas semanas antes e recebi tranqüilamente a notícia, pois como ela já foi minha fono, eu já havia me disponibilizado para qualquer necessidade que ela tivesse da minha presença. O fato de hoje em dia eu receber este tipo de convite com tanta naturalidade me faz sentir o quanto já dissipei o medo de falar em público: há pouco tempo atrás (pelo menos há três anos) eu ficaria completamente
desesperado com um convite desse tipo.
Nos dias que se antecederam ao evento eu e a coordenação local(através de e-mails e telefonemas) entramos em contato com a mídia, solicitando cobertura. Não fiquei sabendo se foi publicada alguma nota em jornal, mas o importante foi que tivemos cobertura da principal emissora de TV de Manaus.
Chegado o dia me surpreendi com a organização: o local foi uma espécie de miniauditório da universidade, com capacidade para pelo menos 80 pessoas. O público foi chegando lentamente (na entrada todos receberam folders) e em pouco tempo o lugar estava tomado de estudantes e outras pessoas(e eu tão tranqüilo quanto qualquer pessoa que tivesse ido só pra assistir). Como material de apoio havia um datashow com telão e um sistema de som, instalados no local. Fui convidado então para participar da composição da mesa juntamente com a Beth, Cláudia e a profª Luciana Barbarena, coordenadora do curso de Fonoaudiologia. Pode parecer falta de modéstia, mas me senti honrado ao ocupar aquele lugar (ganhei até uma pasta personalizada!)
Na primeira parte foi feita uma apresentação sobre o tema do evento, o Dia Internacional de Atenção à Gagueira (22 de outubro), o tema deste ano(Gagueira Não Tem Graça, Tem Tratamento), etc. Em seguida a Beth apresentou slides sobre a importância da abordagem fonoaudiológica, descrição do problema da gagueira e tipos de tratamentos existentes, tanto para adultos quanto para crianças. Uma hora depois eu fui convidado a prestar meu depoimento. Confesso que por uma certa comodidade preferi seguir um roteiro mental para apresentação, ao invés de apresentar slides, porém já decidi que numa próxima oportunidade pretendo usar todos os recursos que estiverem disponíveis.De posse do microfone comecei a contar minha história com a gagueira por cerca de 40 minutos e todos pareceram bem atentos. Até embarguei a voz em determinado momento, lembrando dos progressos que já obtive(ou quem sabe das derrotas). Interessante também que consegui até ser engraçado(como a maioria dos gagos, não tenho talento pra humorista) ao contar que minha mãe batia na minha cabeça com uma colher de pau quando eu era criança, seguindo uma simpatia ensinada por uma vizinha.
Após o meu relato foi realizada uma mesa-redonda muito proveitosa com as três fonos.
Ao final das explanações houve uma agradável bateria de perguntas onde fui tão questionado quanto qualquer uma das fonos. Respondi a todas as perguntas que me foram feitas, com muita tranqüilidade, procurando ser o mais esclarecedor possível. Pude perceber o quanto os estudantes têm curiosidade em conhecer o ponto de vista da pessoa que gagueja.
Comentei também sobre a minha vontade de montar um grupo de apoio e pedi a colaboração de todos para divulgarem a notícia. Por falar nisso, compareceram ao evento três pessoas com problema de gagueira, atraídas por um anúncio que coloquei no jornal local de maior circulação e que manifestaram seu interesse em participar do referido grupo. Isso para fim foi um desfecho com chave de ouro. Mas ainda tinha uma surpresinha: no finalzinho de tudo fui agraciado com um belo certificado de participação concedido pela universidade. Quanta honraria para um reles mortal! Foi muita alegria para um dia só.
E o melhor de tudo: saí de lá com uma incrível sensação de que poderei fazer muito melhor no futuro, quem sabe falando de qualquer assunto, em qualquer oportunidade. Espero sinceramente que muitos outros colegas passem por essa mesma experiência: é muito empolgante!
Finalizando, quero então aproveitar a ocasião para parabenizar a todas as pessoas que coordenaram e participaram (local e nacionalmente) da realização do Dia Internacional de
Atenção à Gagueira, sem esquecer também de agradecer a todos os colegas das listas que participo, com os quais aprendo todos os dias. Certamente muitas pessoas foram sensibilizadas sobre o tema e espero que as próximas campanhas atinjam resultados tão estimuladores e favoráveis quanto os que foram conseguidos neste ano de 2005. Como você bem disse Wladimir, isso tudo é apenas o início de uma nova era e espero que também seja um verdadeiro divisor de águas!Renato Cruz - Manaus-AM
Um comentário:
Você está em Manaus?
Estou procurando algum Fonoaudiólogo para me consultar... Entrei no Google e veio o seu blog... Você tem alguém para me indicar aqui em Manaus?
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